Teatro de Santa Isabel

Francisco do Rego Barros, Conde da Boa Vista e presidente da província entre 1837 e 1844 quis construir o primeiro Teatro público no Recife, recém-saída da época colonial período cheio de mudanças na mentalidade e nos hábitos sociais que justificavam um desejo, cada vez mais acentuado, de contato social e busca de divertimento. Tinha uma proposta modernizadora de construção de estradas, pontes e edifícios públicos e tinha como objetivo não só dotar a cidade da infraestrutura necessária, mas também incrementar a economia provincial, como também aproximá-la dos padrões estéticos europeus, mostrando uma cidade próspera e civilizada, que valorizava a cultura como um todo. Seu realizador foi o engenheiro francês Louis Léger Vauthier sendo essa a obra de maior importância dentro do projeto de modernização idealizado por Rego Barros para Pernambuco e considerado por muitos como o mais belo edifício teatral do império. Essa iniciativa de Pernambuco, em 1840, serviu de exemplo para outras capitais que, estimuladas pelo prestígio da província pernambucana e pelo incremento das atividades artísticas e sociais constatadas, adotaram iniciativa semelhante.

Homenageando a Princesa Isabel, o teatro foi inaugurado em 18 de maio de 1850 com o drama O Pajem D’Aljubarrota, de Mendes Leal, escritor português dos mais encenados na primeira metade do século. Sua história tem páginas repletas de óperas, dramas, concertos, comédias, torneios de oratórias, solenidades cívicas e políticas, bailes, festas e jantares. Tendo ainda o privilégio de ser, junto com o Palácio do Campo das Princesas e o Palácio da Justiça de Pernambuco, parte dos belíssimos exemplares da arquitetura neoclássica que emolduram a histórica Praça da República, bem no coração da Ilha de Santo Antônio no centro do Recife. Além do hall, camarins, palco, galerias, o teatro oferece entre suas belas instalações o Salão Nobre, local perfeito para realização de saraus literários e concertos de câmara, assim como a cafeteria com design atual e detalhes de época. O teatro também é sede da Orquestra Sinfônica do Recife. É hoje um dos 14 teatros-monumento do país reconhecido como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, título que ganhou em 1949. O teatro tem sido um palco para o Recife, em todos os aspectos: políticos, sociais e culturais.

A arquitetura neoclássica do início do século XIX está agora aliada à modernidade. A reforma fez uso da tecnologia que permitiu inovações na estrutura do Teatro e conforto para os espectadores. A arquitetura original está preservada, mas novos recursos tecnológicos foram implantados. O Teatro de Santa Isabel alia tradição e modernidade na vida cultural da capital Pernambuco.





Referências Bibliográficas
ARRAIS, Isabel Concessa. Teatro de Santa Isabel. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000.
BORGES, Geninha da Rosa. Teatro de Santa Isabel: nascedouro & permanência. Recife: Cepe, 2000.
TEATRO Santa Isabel: documentos para a sua história: 1838-1850. Recife: Prefeitura Municipal. Diretoria de Documentação e Cultura, 1950.
Fonte: GASPAR, Lúcia. Teatro Santa Isabel. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.